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Planeamento Operacional

Com o Planeamento Operacional pretende-se planificar as ações a desenvolver na área, dando resposta às seguintes questões: o que fazer, como fazer, quando fazer, quem irá fazer, ou criando estratégias para obter essas respostas.

Deve fazer-se antes do início das operações, e deve contemplar a descrição de todas as operações necessárias à concretização dos objetivos de gestão num documento escrito, de preferência refletido num PGF (em áreas superiores a 10 ha), ou num plano simplificado de corte e de rearborização (em áreas entre 5 e 10 ha). Por exemplo, para a instalação e manutenção de um povoamento deve contemplar-se o período de tempo necessário para garantir o sucesso da instalação, normalmente o mínimo é de 5 anos.

As operações planeadas e previstas devem ser adequadas aos planos acima referidos e às condições da área de exploração. Contudo, não dispensam avaliações:

  • Pré-operação;
  • Controlo de operações.

A seleção e calendarização das ações e operações florestais no arquipélago dos Açores deve ser feita tendo em conta as condições edafoclimáticas de cada uma das ilhas, garantindo a segurança dos trabalhadores, das máquinas e o sucesso pretendido.

Veja de seguida em mais promenor as seguintes aréas:

  • Ações e Operações
  • Calendarização
  • Avaliação e Impactos

Todas as intervenções na mata a explorar integram-se em grandes grupos de ações, compostas por conjuntos de operações. Estas operações causam impactos (aos quais chamamos impactos potenciais).

Apresenta-se um exemplo de calendarização das ações e operações florestais adaptada aos Açores, com o objetivo de melhorar a eficiência na gestão dos recursos humanos e materiais empregues.

Meses ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​
​Ações/Operações​J​FMA​M​J​JA​S​O​N​D
Instalação Povoamento​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​          
​Preparação do Terreno  (Controlo vegetação espontânea e Mobilização do solo)XXX​XX​X​X​X​X​
​PlantaçãoXXX​X​(X)(X)X​X​X​
Condução do Povoamento ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​         
​RetanchaXXX​X​X​X​
​FertilizaçãoX​X​
​Controlo Vegetação EspontâneaXX​X​XX​X​
​Sacha e AmontoaXXX​X​X​X​
​Cortes CulturaisXXX​X​X​X​XX​X​X​X​X​
​Gestão ResíduosXXX​X​X​X​XX​X​X​X​X​
​Exploração Florestal ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​          
​Operações em Condições Adversas (solos encharcados, margens cursos água ou lagoas, inclinação superior a 30 graus)X​X​X​X​X​X
​Operações em Condições NormaisXXX​X​X​X​XX​X​X​X​X​
             
(X) – Em locais com altitude superior a 750 m podem plantar nos meses de maio e junho.    

As ações e operações desenvolvidas na floresta podem causar impactos positivos ou negativos sobre o meio físico, o meio biológico e o meio socioeconómico.

Antes de se iniciarem as operações deve realizar-se uma avaliação pré-operação, feita localmente como parte do planeamento operacional de qualquer intervenção. Visa estabelecer ações ou programas de melhoria para evitar, minimizar ou controlar os impactos negativos, ou valorizar os impactos positivos.

Avaliação pré-operação

Impactos sobre o meio físico:

  • Perda de solo ou erosão;
  • Alteração da estrutura do solo ou Compactação;
  • Alteração das características químicas ou nutricionais do solo;
  • Contaminação do solo com químicos ou resíduos perigosos;
  • Danos nas linhas de água e na rede de drenagem;
  • Prejuízos em charcas, lagos, lagoas e albufeiras;
  • Alteração do regime hidrológico;
  • Alteração da qualidade das águas superficiais ou subterrâneas;
  • Contaminação das águas com químicos ou resíduos perigosos;
  • Alteração da qualidade do ar (Poeira, ruído, fumo de motores, etc.);
  • Contaminação do ar com químicos ou resíduos perigosos;
  • Alteração do valor estético ou da estrutura paisagística da região.

Impactos sobre o meio biológico:

  • Alteração de habitats e ecossistemas protegidos ou ameaçados;
  • Alteração de locais de abrigo, de nidificação ou de zonas sensíveis;
  • Alteração da saúde ou dinâmica populacional de espécies da fauna;
  • Alteração da saúde ou dinâmica populacional de espécies da flora.

Impactos sobre o meio socioeconómico:

  • Risco para a saúde e segurança de trabalhadores e pessoas envolvidas;
  • Risco para a saúde e segurança da população vizinha;
  • Danos ou prejuízos em infraestruturas;
  • Danos ou prejuízos no património cultural, histórico, recreativo ou religioso;
  • Danos ou desperdícios de produtos lenhosos com valor económico;
  • Danos ou desperdícios de produtos não lenhosos (caça, pesca, mel, frutos, plantas aromáticas e medicinais);
  • Danos ou desperdícios de serviços florestais (recreio, turismo, agroflorestal).

No decurso das operações deve fazer-se a avaliação de controlo das operações como parte do acompanhamento, controlo e monitorização destas e das áreas integradas na área de intervenção. Pretende-se identificar a efetiva ou possível ocorrência de impactos em função das características e condições do local, da sua evolução, de ocorrências climatéricas ou de outra natureza, assim como dos resultados das operações ou intervenções realizadas ou em execução.
A identificação dos impactos é feita pelo responsável direto pela avaliação de controlo das operações, mediante o acompanhamento e vistorias de controlo adequadas, atendendo ao estabelecido nos planos para a monitorização da área de intervenção.

Avaliação de controlo das operações

Impactos sobre as condições ambientais e sociais:

  • Circulação e operação em locais restritos ou sensíveis: linhas de água e suas margens, áreas de conservação, áreas encharcadas, áreas com declives acentuados, etc.;
  • Compactação, formação de trilhos e erosão;
  • Proteção de áreas de conservação: habitats, ecossistemas, etc.;
  • Proteção de zonas sensíveis à biodiversidade: locais de abrigo, de alimentação, de reprodução (ninhos, tocas, cavernas, etc.);
  • Proteção de árvores longevas, cavernosas, de interesse público, e outras a preservar;
  • Manuseamento de óleos, combustíveis, produtos fitossanitários e de outras substâncias perigosas;
  • Disponibilidade de contentores adequados para disposição, separação e destino dos resíduos;
  • Deposição de resíduos vegetais;
  • Proteção de infraestruturas e instalações: prédios, construções, cercas, muros, rede viária e divisional, pontes, manilhas etc.;
  • Proteção do património cultural, histórico, recreativo ou religioso;
  • Ações ilícitas ou não autorizadas: roubo, vandalismo, usos indevidos, etc.

Impactos sobre as condições de higiene, saúde e segurança no trabalho:

  • Disponibilidade, condições e uso de equipamentos de proteção individual –EPI;
  • Disponibilidade e condições de outros meios necessários: meios de comunicação, extintores, caixa de primeiros socorros, elementos de sinalização, etc.;
  • Condições dos itens de conforto e segurança das máquinas e equipamentos: pneus, travões, luzes, alertas sonoros, dispositivos de segurança, fugas (óleo, lubrificante ou combustível), etc.;
  • Cumprimento de regras e recomendações: distâncias de segurança, condições de transporte, de abrigo e de alimentação dos trabalhadores, sinalização, etc.;
  • Cumprimento de exigências legais: inscrição na Segurança Social, serviços de medicina do Trabalho, horários de trabalho e de descanso, seguros, trabalhadores estrangeiros ou ilegais, etc.

Impactos sobre a qualidade e organização do trabalho:

  • Atendimento de especificações e prazos estabelecidos em contrato e caderno de encargos;
  • Adequação das máquinas e equipamentos;
  • Capacidade técnica;
  • Aproveitamento dos produtos com valor económico;
  • Disponibilidade e organização de documentos: procedimentos, mapas, manuais de instruções, fichas de segurança de produtos, etc;
  • Formação e consciencialização para cumprir com as regras e orientações do Sistema de Gestão Florestal (SGF) adotado;
  • Comunicação e disponibilidade.